19/03/2015 - Terceirização da alimentação escolar representa economia acima de 20%
nos custos dos municípios contratantes
Além disso, uma empresa especializada no serviço garante alimentação segura, saudável
e balanceada diariamente às crianças, de acordo com rigorosos critérios nutricionais
do FNDE
Há mais de 20 anos o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) é operacionalizado
por estados e municípios em um modelo chamado de autogestão, ou seja: são as escolas
as responsáveis pelas refeições de seus alunos. Nos últimos anos o que observamos
é uma tendência crescente de adesão à terceirização da merenda em todo o país. Isso
porque são constatadas muitas dificuldades dos gestores públicos, principalmente
em relação a qualidade, custo, mão de obra e manutenção do serviço da merenda. O
fato é que as escolas precisam atuar com mais efetividade na área do ensino, transferindo
a responsabilidade de uma alimentação saudável para quem é especializado apenas
nisso.
A terceirização da alimentação nas escolas já é um case de sucesso em muitos estados.
Segundo o SIERC – Sindicato das Empresas de Refeições Coletivas de Santa Catarina
e do Rio Grande do Sul, no estado catarinense mais de 60% da merenda é terceirizada.
Isso significa otimização de recursos, maior agilidade nas tomadas de decisão e
aquisição de gêneros, contratação de recursos humanos e capacitação de pessoal,
manutenção da estrutura física das cozinhas e equipamentos, crianças mais saudáveis
e bem alimentadas. O município/estado fica responsável apenas pelo monitoramento
do serviço.
O Sercopar – Sindicato das Empresas de Refeições Coletivas e Alimentação Escolar
do Paraná, alerta que todos os cardápios terceirizados devem ser elaborados e supervisionados
por uma equipe de nutricionistas, além de seguir os critérios recomendados pelo
FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e PNAE.
Os custos com a alimentação, segundo o órgão, se concentram em materiais diretos
e indiretos de produção, que são os alimentos perecíveis, não perecíveis e demais
produtos, mão de obra administrativa, técnica e operacional, além das despesas indiretas
e serviços de apoio, como é o caso de manutenções, equipamentos, uniformes, logística,
capacitações, programas de educação nutricional, gestão da qualidade, controle de
pragas das cozinhas, entre outros.
“A terceirização representa mais de 20% de economia para estados e cidades contratantes
do serviço quando comparamos com o modelo de autogestão. Este modelo simplifica
a estrutura e a diversidade de contratações, elimina o excesso de processos licitatórios
e pregões, reduz custos públicos como compra e manutenção de veículos, mão de obra,
utensílios, extingue a necessidade de contratação de funcionários e a garante a
conservação de alimentos, evitando a falta ou a sobra dos mesmos”, explica o Presidente
do Sercopar Carlos Humberto de Souza.
Vantagens para quem adere ao serviço
A terceirização proporciona a padronização de receitas e variedade de preparações
de acordo com a cultura regional. “A empresa que terceiriza a alimentação deve dar
preferência a produtos de cooperativas, incentivando o consumo dos insumos que vêm
da Agricultura Familiar. Deve estabelecer parcerias com fornecedores locais e valorizar
o trabalho dos pequenos agricultores, isso contribui diretamente para o crescimento
da região na qual se atua”, explica Souza.
Além disso, a supervisão de nutricionistas nas escolas em que o serviço é terceirizado
oferece controle total das refeições servidas. A disposição de mão de obra capacitada
também é uma grande vantagem, pois é a empresa contratada que realizada toda a contratação
do pessoal para o devido acompanhamento e supervisão das refeições. Os contratantes
precisam fiscalizar tudo isso.
Mas, o principal diferencial, é que as escolas podem focar na educação. A terceirização
isenta o diretor da responsabilidade de administrar e gerir os processos de alimentação,
otimizando sua função pedagógica e administrativa na escola. Programas de educação
nutricional, que incentivam hábitos saudáveis desde cedo, maior agilidade no atendimento
para situações que exijam reparos na estrutura e a garantia de qualidade e segurança
alimentar também são algumas das vantagens
Dietas especiais
As cidades e estados que querem terceirizar o serviço para suas escolas precisam
buscar empresas especializadas que possam oferecer também dietas individuais. Alguns
estudantes têm restrições alimentares e, nestes casos, o cardápio é totalmente adaptado
conforme sua necessidade.
Patricia Woellner de Souza, diretora da Escola Regular Leonel Brizola em Curitiba
(PR), conta que na unidade - que tem a merenda terceirizada - duas crianças precisam
deste serviço diferenciado, recebendo diariamente uma dieta 100% personalizada,
seguindo orientações médicas. “Este serviço é fundamental para garantir a saúde
dos alunos de Curitiba. Mesmo que seja um caso especial, as dietas são muito semelhante
à dos demais alunos. Na maioria das vezes, é servida a mesma receita, com ingredientes
alternativos”, diz.
Na unidade, as crianças aprovam o lanche servido. “Desde que estou na rede percebo
uma melhora contínua. Cada vez mais as crianças se alimentam bem, cada vez menos
temos problemas de saúde. Prova disso é a avaliação anual do SISVAN (Sistema de
Vigilância Alimentar Nutricional), que nos mostra que nossos alunos estão cada vez
mais saudáveis, graças à boa alimentação servida tanto na escola, quanto em casa”,
explica. Na unidade são servidos dois lanches ao dia, um no turno da manhã e outro
no turno da tarde. “Temos muita variedade de frutas e lanches integrais, as crianças
são orientadas sobre os benefícios destes alimentos e passam a consumir com mais
vontade após esse entendimento. O trabalho de educação nutricional é muito importante
na formação de cada um deles”, completa a diretora.
Além da orientação diária na escola, os alunos da Leonel Brizola também participam
do Caminho da Roça, um projeto desenvolvido pela empresa que presta o serviço de
alimentação para estimular hábitos saudáveis de alimentação. Um ônibus fretado leva
as crianças da escola para a “roça”. Lá eles aprendem, com a orientação de nutricionistas,
o plantio, cultivo, colheita e benefícios dos legumes e vegetais. Essa aproximação
desperta o interesse e estimula o consumo saudável.
“Como entidade que representa o setor, firmamos um compromisso que vai além do fornecimento
de refeições saudáveis. Devemos ser parceiros das escolas na formação dessas crianças,
contribuindo para o bem-estar, saúde e qualidade de vida. Para isso, quem presta
o serviço precisa assegurar total controle e qualidade em todos os nosso processos,
desde a seleção dos ingredientes, homologação de fornecedores, qualificação de mão
de obra, até a entrega final da refeição. O Sindicato sempre orienta e acompanha”,
finaliza o Presidente do Sercopar.
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