29/01/2012 - Na lanterna, Piraquara "incha" e quer compensação
Piraquara, com 93 mil habitantes, vem registrando inchaço populacional nos últimos anos, dificuldade que vem sendo agravada principalmente pela expansão imobiliária. Com a alta dos preços dos terrenos em Curitiba, a cidade vêm recebendo novos empreendimentos imobiliários do programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida, o que ajuda a ampliar o número de moradores e reforça o caráter de “dormitório” do município.
O prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, calcula que pelo menos 70% da população vai todos os dias para Curitiba e outras cidades da RMC para trabalhar. “Em seis anos, a população da cidade aumentou em 8 mil pessoas. E a projeção é que, nos próximos dois anos, Piraquara receba mais 10 mil moradores somente devido aos novos empreendimentos imobiliários”, afirma.
Parte do inchaço veio também da ocupação irregular do Guairituba, que atraiu pelo menos 60 mil pessoas, segundo Samaha. Com 93% do seu território em áreas de mananciais, Piraquara tem dificuldade para atrair indústrias por conta das limitações ambientais. A solução para a cidade seria atrair um polo de indústrias “limpas” , mas o baixo desenvolvimento da cidade acaba afugentando investimentos.
Piraquara está na área de proteção ambiental da Bacia do Rio Iraí (APA do Iraí), formada pelas bacias hidrográficas de quatro rios – Canguiri, Timbu, Cercado e Curralinho – que formam o Lago do Iraí, responsável pelo abastecimento de quase a metade de toda água consumida pelos moradores da região metropolitana de Curitiba. Essa condição cria restrições legais e ambientais à instalação de indústrias.
Município quer compensação
Para ajudar a driblar as dificuldades financeiras, Piraquara espera receber pela retirada da água do município. Segundo Samaha, o município aguarda a assinatura do decreto, que está na Casa Civil, que obriga a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) pelo uso da água do município. O projeto prevê o pagamento a onze municípios da região pela retirada da água. Segundo ele, a medida geraria uma receita adicional ao município de cerca de R$ 2 milhões por ano.
Fonte: www.gazetadopovo.com.br