A Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pela gestão do transporte público de Curitiba, afirmou, nesta terça-feira (14), que não vai baixar o preço da passagem de ônibus, mesmo com a determinação do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).

Na segunda-feira (13), o TCE-PR emitiu uma medida cautelar suspendendo o novo valor da tarifa do transporte público de Curitiba e determinando que o valor antigo volte a valer nas catracas. Desde 6 de fevereiro, a passagem passou de R$ 3,70 para R$ 4,25 – um reajuste de quase 15%.

A Urbs diz, ainda, que recorre da decisão. Então, por enquanto, estão mantidos os R$ 4,25. "Assim que nós fomos notificados, ontem [terça-feira, 14] à tarde, entramos com um pedido de reconsideração para esclarecer qualquer dúvida do TCE existente", explica o presidente da Urbs, José Antônio Andreguetto.

Segundo o TCE-PR, em especial, dois fatores motivaram esta decisão: falta de transparência em relação à planilha de custos e a justificativa de que haveria renovação da frota.

O não cumprimento da medida pode implicar multa, ainda de acordo com o TCE-PR.

Em caso de multa, o valor é proporcional ao dano. Além disso, conforme o TCE-PR, a multa é aplicada ao gestor público e não ao órgão.

'Certeza que estamos corretos'
"Nós não cumprimos porque nós temos certeza que estamos corretos. Com o nosso pedido de reconsideração, todos os fatos serão esclarecidos", acrescenta o presidente da Urbs.

Ainda de acordo com ele, não é possível baixar o preço enquanto a Urbs recorre da decisão.

"Nós estaríamos sendo responsabilizados por dar continuidade à falência de um sistema de transporte. Nós não tínhamos recursos para pagar as empresas, nós não tínhamos recursos para fazer frente ao dissídio que vai ocorrer agora, em fevereiro, nós não tínhamos recursos para repor a frota", explica Andreguetto.

Renovação das frotas
"Quando o TCE fala que já está incluso na tarifa das empresas a reposição de frotas, está sobre aqueles veículos que estão operando com o seu prazo de validade em dia. Aqueles veículos que vão ser adquiridos novos não estão sendo remunerados. Serão remunerados a partir de quando nós tivermos a apresentação da nota fiscal pelas empresas", acrescenta o presidente.

Transparência
Sobre a transparência com relação ao aumento da tarifa, o presidente confessa que a Urbs possa ter pecado. "Por isso, nós fizemos, agora, uma distribuição de cada centavo que compõe a tarifa de R$ 4,25. Isso estará disponível no site da Urbs e da prefeitura para que possa esclarcer", acredita Andreguetto.

As passagens das linhas Circular Centro e da Linha Turismo também aumentaram – os novos valores serão de R$ 3 e R$ 45, respectivamente. A tarifa domingueira, de R$ 2,50, não existe mais, valendo apenas o valor de R$ 4,25.

Passagem de ônibus em Curitiba foi reajustada (Foto: Arquivo/SMCS)

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